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13/02/2016

O que você sabe sobre a Irlanda? - Parte III

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Olá, people. Bem-vindos à terceira e última parte de "O que você sabe sobre a Irlanda?". Espero que estejam gostando de acompanhar um pouquinho da construção histórica desse país tão maravilindo!

No post passado, a Irlanda havia conquistado a tão sonhada independência e a promessa da Irlanda do Norte de se separar também se concretizou. Mas sabem a relativa estabilidade política que se seguiu? É, ela não durou muito tempo...

A separação da Irlanda do Norte aconteceu por motivos primordialmente religiosos - lá, a maioria da população era protestante, o que teve reflexo no Parlamento. É claro que com isso, os católicos que viviam no território enfrentaram uma grande discriminação, levando ao fim da estabilidade na década de 60.

1968 foi um ano de muita luta no mundo inteiro. Na Irlanda do Norte, ele simboliza o início das marchas pelos direitos civis dos católicos. As reações dos protestantes a elas foram violentas - e da força policial também.

No ano seguinte, Belfast e Derry receberam tropas britânicas, enviadas para manter a ordem e proteger a minoria católica. Mas essa ideia não foi comprada pela comunidade católica, especialmente depois do evento conhecido como Bloody Sunday (Domingo Sangrento), em 1972. Esse nome remete alguma coisa a vocês? Pois é, o U2 fala sobre o acontecimento em sua música "Sunday Bloody Sunday", lançada em 1983. Nesse dia fatídico, 13 pessoas foram mortas pelas forças britânicas em uma marcha pelos direitos civis católicos.

Depois disso, houve um aumento da violência paramilitar, que só terminou com o Acordo de Belfast, em 1998. Até esse ano, estima-se que mais de 3.000 pessoas foram mortas por grupos paramilitares - católicas e protestantes!

Desde então, os nervos foram acalmados e a Irlanda do Norte enfrenta uma relativa paz.

And the battles just begun / There's many lost / But tell me who has won?
E a batalha apenas começou / Há muitas perdas / Mas me diga quem ganhou?

Já mais pro sul, o Estado Livre da Irlanda se tornou República da Irlanda com a Constituição de 1937. Em 1973, ela se uniu à Comunidade Econômica Europeia (hoje União Europeia). Na década de 80, o país enfrentou um período de recessão que obrigou muitas pessoas a emigrarem, principalmente para o Reino Unido, Estados Unidos e Austrália. Mas isso durou pouco. As reformas econômicas dos anos 80 (além da entrada na Comunidade Europeia) levaram a uma das maiores taxas de crescimento econômico do mundo! Por causa disso, nos anos 90, a Ilha Esmeralda se tornou um país de imigração - período conhecido como Tigre Celta.

Esses tempos de vacas gordas duraram até 2010. Foi quando aquela crise de 2008, que afetou e ainda afeta diversos países no mundo inteiro, finalmente balançou a economia irlandesa. No final do ano, a Irlanda teve que pedir socorro após o estouro de uma bolha imobiliária e só começou a se recuperar no final de 2013. Ainda assim, a terra dos Leprechauns foi a primeira da União Europeia a deixar o resgate internacional e no início de 2014 a economia já havia crescido 2,7%. 

Hoje, a Irlanda vem atraindo muitos intercambistas brasileiros devido às facilidades do visto para estudo e trabalho e as boas perspectivas de se ganhar dinheiro na ilha. Há quem diga que as coisas andam mais difíceis agora (o número de imigrantes vem crescendo cada vez mais e as leis têm ficado mais restritas para quem chega à ilha com curso de inglês), mas não é à toa que durante o ano todo encontramos pessoas do mundo inteiro à procura de uma oportunidade de trabalho. A verdade é: quem vai com um objetivo e corre atrás dele tem ótimas chances de se dar bem na Irlanda.

E você? Já fechou seu intercâmbio para a Ilha Esmeralda? Porque eu já tô doida pra voltar e você aí dando bobeira! Corre lá pra fazer as pesquisas de preço e não esquece de ver as dicas que dei aqui no blog:

12/02/2016

O que você sabe sobre a Irlanda? - Parte II

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Oi, gente! Estamos de volta para mais um pouco de aula de história haha No post passado, contei da influência céltica e dos vikings, do cristianismo, das construções dos normandos e do início de um longo período de controle inglês.

Quando paramos, a Irlanda estava unida politicamente à Inglaterra. Isso foi lá em 1798! Só em 1829, um dos maiores líderes da Irlanda, Daniel O'Connell (nome da rua principal de Dublin!) conseguiu uma vitória que o inspirou a tentar o cancelamento da Act of Union. Mas seu estilo pacifista não foi muito apoiado, e logo depois o país enfrentou uma das maiores tragédias da história irlandesa, que fez com que todos esses problemas políticos fossem deixados de lado por um tempo: a Grande Fome.
Quem mora na Irlanda percebe que o principal alimento da população é a batata. Amigas minhas que trabalharam como au pair (cuidadores de criança) contavam que os almoços das famílias em geral sempre continham batata. Uma vez até ouvi falar de uma refeição que foi purê de batata com batata soutê! haha Além disso, o fish and chips é famoso por lá e qualquer prato que você pedir em restaurantes irlandeses vão vir acompanhados de batata - pode ser chips ou crisps, elas sempre estarão lá! Na pizza, no hambúrguer, no sanduíche...

Então, na época, a batata já era o principal alimento... Até uma praga atingir as plantações de todo o país em 1845 e levarem a um desastre completo. O controle inglês não ajudava em nada: os acordos de comércio entre os países obrigavam a Irlanda a exportar fartas colheitas de trigo e derivados de leite para a Grã-Bretanha e para o exterior, enquanto sua população morria de fome! 
The Famine Memorial - um monumento em homenagem aos mortos na Grande Fome
Em seis anos, 2 milhões de pessoas morreram ou fugiram do país. Muitos emigrantes acabaram nos Estados Unidos. Em 1910, havia mais pessoas em Nova York de origem irlandesa do que em Dublin! Segundo o censo de 2008, a diáspora irlandesa nos Estados Unidos é quase seis vezes maior que a população da atual Irlanda.

Um dos passeios culturais que fiz em Dublin foi à Kilmainham Gaol - uma prisão fundada em 1796 e que acompanhou muitos dos horríveis acontecimentos da Irlanda. Na época da Fome, as celas, que foram construídas para apenas uma pessoa, chegavam a abrigar 4 ou 5 prisioneiros e a prisão ainda tinha seus corredores amontados. Muitas dessas pessoas roubavam com a intenção de serem presas - em Kilmainham elas encontrariam comida e abrigo.


Ala Leste, em Kilmainham Gaol, construída no estilo vitoriano e aberta em 1864


Na época, havia pouco combate ao controle britânico no país. Foi Charles Stewart Parnell (outra rua de Dublin!) quem mudou isso. Seu título de "rei não coroado da Irlanda" deu-se devido ao seu incentivo ao Home Rule (autogoverno) - ele se tornou líder do Partido Irlandês pela Autonomia Política, que mais tarde viria a ser o Partido Parlamentar Irlandês - e, apesar de não ter sido bem-sucedido, sua luta foi importante para o futuro irlandês.

Se você acha, porém, que toda a Irlanda apoiava o fim da união com a Grã-Bretanha, está enganado. O norte irlandês era predominante protestante e sua maior preocupação era a concessão do Home Rule - já que seriam uma minoria dentro de uma população majoritariamente católica. Inclusive uma luta armada foi ameaçada para que houvesse a separação da Irlanda do Norte, caso a independência acontecesse.
Com o início da Primeira Guerra Mundial, a Lei da Autonomia Política foi suspensa (um projeto de lei foi aprovado em 1912) e muitos nacionalistas acreditavam que a independência seria concedida depois da guerra, caso apoiassem a Inglaterra. A maioria, entretanto, não confiava nisso. E foi assim que começou o Easter Rising (Levante da Páscoa).

Dois grupos de rebeldes armados, o Irish Volunteers e o Irish Citizen Army, liderados respectivamente por Patrick Pearse e James Connolly, tomaram pontos importantes de Dublin em 24 de abril de 1916 - uma segunda-feira de Páscoa. Apesar de a maioria da população ser contra, as batalhas aconteceram e seguiram até 30 de abril, quando os rebeldes se renderam. Entretanto, a sanguinária resposta da administração britânica ao Levante fez a opinião pública mudar.

Lembram-se da Kilmainham Gaol? Os quatorze líderes do Easter Rising foram mortos lá. Um dos eventos mais marcantes da prisão foi o casamento de Joseph Plunkett, um dos líderes do levante. Ele e Grace Gifford estavam com data marcada para o dia em que a rebelião começou, e quando soube que o noivo seria executado ela persuadiu as autoridades a realizarem o casamento. Algumas horas depois, uma esquadrilha de atiradores fuzilou Plunkett. Outra história é o caso de James Conolly, que estava ferido e à beira da morte no dia de sua execução, e foi levado à Kilmainham em uma maca, amarrado a uma cadeira e fuzilado.
Placa com os nomes dos líderes executados


Local onde Conolly foi executado
 
Com isso, a população passou a apoiar a rebelião, o que levou um dos envolvidos no Easter Rising, Éamon de Valera, que evitara a execução, q ganhar a maioria das vagas irlandesas da Câmara dos Comuns com a concorrência do partido que liderava, Sinn Féin, nas eleições de 1918. Em 1919, os membros do Sinn Féin se reuniram em Dublin para formar um parlamento da República Irlandesa e declararam poder unilateral sobre toda a ilha.

A guerra da independência começou logo depois disso e seguiu até 1921, quando um tratado de independência foi assinado pelas autoridades irlandesas e britânicas. No entanto, a opinião pública ficou dividida: o tratado anunciava a divisão do país em Irlanda do Norte e Estado Livre Irlandês. Por causa disso, deu-se início a uma Guerra Civil (1922-1923) e foi só depois dela que se seguiu um período de relativa estabilidade política.

Cela de Grace Gifford, mulher de Joseph Plunkett, lembram? Ela ficou presa em Kilmainham durante a Guerra Civil
 
Que loucura, heim! Mas tô achando muito legal conhecer mais da história irlandesa (muita coisa eu tô aprendendo agora, pesquisando pra vocês!). E vocês? Tão gostando? Amanhã vai rolar a terceira e última parte, contando desde a independência até os dias de hoje. Tenho certeza que, depois de saber tanto sobre a Irlanda, vocês vão ficar com vontade de visitar esse país tão cheio de histórias tristes, mas ao mesmo tempo tão rico culturalmente.

11/02/2016

O que você sabe sobre a Irlanda? - Parte I

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Até eu começar as pesquisas do intercâmbio, a minha resposta para essa pergunta era: absolutamente nada. Minha paixão sempre foi o país vizinho, com seu inglês charmoso e seus monumentos incríveis, famosos no mundo inteiro. Cheguei na Irlanda com as expectativas baixas, não esperando muita coisa de lá, não. Até que eu comecei a viver na Ilha Esmeralda e eu descobri o quão rica de história e cultura ela é!

Mesmo se encontrando no velho continente, a Irlanda é relativamente nova quando comparada aos países vizinhos. A primeira ocupação humana se deu há 10.000 anos atrás e os primeiros agricultores só chegaram lá por volta de 4.000 a.C. Mas foi só em 300 a.C. que chegaram à ilha aqueles que tiveram uma das maiores influências sobre o que ela é hoje: os celtas! Inclusive, a primeira língua oficial da Irlanda não é o inglês, como muitos pensam, mas o gaélico - derivado da língua celta.
Foi só em meados do século V, depois da chegada de Saint Patrick, que o cristianismo virou a religião predominante na Irlanda - e permanece até hoje. Da época, podemos encontrar na famosa Trinity College o Book of Kells. O manuscrito ilustrado foi feitos por monges celtas por volta de 800 d.C. e era a peça principal do cristianismo irlandês.
Trinity College, onde encontramos o Book of Kells

Outra forte influência à cultura foram os Vikings. A invasão deles à ilha esmeralda, que começou no final do século VIII e terminou em 1014, com sua derrota pelo Grande Rei da Irlanda, Brian Boru, resultou na fundação de Dublin (988 d.C.), atual capital da Irlanda. Hoje, quem visita a cidade pode dar uma passada na Dublinia, um museu interativo que tem o foco na Era Medieval e na invasão viking.
Dublinia
Em seguida, a Irlanda foi o destino dos normandos, que construíram cidades, castelos, igrejas e ainda aumentaram o comércio e agricultura na Irlanda.

Pensa que acabou? Pois fique pensando! A Irlanda é mesmo bem parecida com o Brasil em muitos aspectos - especialmente na influência de variadas culturas. A mais importante, no entanto, para a história irlandesa, foi a britânica.

Em 1541, o Rei Henrique VIII (que havia decretado em 1534 que o rei é chefe supremo da Igreja da Inglaterra, e rompido com a igreja católica) levou o Parlamento Irlandês a declará-lo Rei da Irlanda. Com a criação de uma política inglesa oficial de plantação, até o final do século XVII, centenas de colonos protestantes ingleses e escoceses chegaram à região e deram início a um período de conflito religioso sangrento. 
Tá vendo ali no final? É a catedral de St. Patrick's. Católica? Nada! Anglicana.
Esse século foi marcado pela imposição de um rígido regime de leis penais, que depois foram até aliviadas, mas deixou os católicos com apenas 5% das terras irlandesas.

Em 1782, conseguiu-se a negociação de uma relação comercial mais favorável com a Inglaterra e maior independência legislativa para o Parlamento Irlandês. No entanto, o controle inglês ainda era muito grande, levando ao surgimento da United Irishmen, que queria reduzir o poder da Bretanha na Irlanda. Ela foi a inspiração da rebelião armada de 1798, que falhou e resultou na aprovação da Act of Union, lei que uniu politicamente os dois países.

Tá gostando da história? Então, continua acompanhando, porque no próximo post vou falar um pouco mais sobre a influência inglesa na Irlanda e contar dos museus e passeios incríveis que fiz pela história desse país que já virou meu segundo lar <3


Esse post é uma adaptação do texto Uma breve história da Irlanda, do site Living in Ireland.

20/08/2015

Quanto custa um intercâmbio na Irlanda?

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Gente, nem acredito que ainda tem leitores por aí haha Tô doida pra mostrar pra todo mundo um pouco mais da Irlanda e dos cantinhos dela que já visitei, mas como o objetivo principal do blog sempre foi ajudar futuros intercambistas que estão à procura de informações sobre estudar fora, resolvi começar pelo começo e falar sobre o real e maior empecilho dos que sonham em morar fora: dinheiro.

Então, vem a principal pergunta: quanto custa estudar na Ilha Esmeralda?

Claro que não tem como eu dar um valor fixo e certo pra vocês porque tudo isso vai depender da escola que escolherem, se vão com agência ou sem, se vão pagar pelo seguro saúde ou não etc. Isso sem contar o pior: a bendita da cotação (o euro tá R$4,00 mesmo, gente???? Tô inshock). Mas me baseando na experiência de morar há quase 3 meses aqui (e das pessoas que moram há mais tempo que conheci em Dublin), da qualidade da escola que escolhi e de como funcionam os gastos diários e pessoais, o restante vocês podem calcular.

Depois de meses de pesquisa, pedindo e repedindo orçamento, lendo e relendo reviews de escolas, eu finalmente me decidi: viria pra Irlanda com a Egali Intercâmbio e estudaria na Erin School of English. Qual foi meu critério pra essa escolha? Uma combinação única de preço e segurança. Minha mãe não tinha condições de bancar uma mais cara, mas ao mesmo tempo o fecha-fecha de escolas que estão fora das novas leis que estavam (e continuam) sendo implantadas deixava a gente com medo que o "gastar pouco" depois virasse algo bem grande caso tivéssemos que pagar por outra escola ou ficasse sem estudar e tudo mais. Então, decidimos vir com uma agência mesmo, pois seria bom pra mamis ter um escritório onde pudesse ir e se descabelar caso tivéssemos algum problema haha e também, claro, teríamos um contrato garantindo que se a escola fechasse minha prima e eu seríamos transferidas pra outra.

Daí vem a sua dúvida: vale a pena pagar pouco por uma escola barata e de qualidade duvidosa?



O que você tem que levar em consideração pra responder é: qual seu nível de inglês e qual seu objetivo? Você só quer a escola pra poder viajar, trabalhar e viver aqui? Ou você quer uma combinação entre aprender e ter outras experiências? Ou ainda, é mais importante estudar do que tudo?

Níveis: Beginner e Elementary
Se seu nível de inglês é de baixo pra "não sei nem falar oi em inglês", mesmo que você só queira morar fora e não esteja muito preocupado em estudar, eu aconselharia a procurar uma escola com, no mínimo, uma boa relação custo/benefício. Como já expliquei nesse post, a Egali tem uma separação (que eu não sei se outras agências fazem) de qualidade em Budget (baratas, sem muita estrutura pra atender os alunos e, em geral, superlotadas), Smart (preço mais caro, mas barato o suficiente pra você ter um bom ensino sem ter que vender um rim, ou seu corpo inteiro) e Premium (tem que ser ryca).

Encontrar trabalho sem inglês não é fácil. Você consegue? Consegue. Mas vai ter que ter uma dedicação filha da puta pra se comunicar o suficiente pra dizer que está no lugar querendo deixar currículo, porque você primeiro vai ter que aprender a fazer isso. E numa escola ruim e barata dificilmente será ela que vai te ensinar. Infelizmente, é verdade, gente. Escolas budgets tem um preparo pequeno pra atender os alunos. Às vezes é falta de didática, às vezes é atendimento ruim. O que importa é que se na escola você não vai aprender, todo o restante da sua vida vai ser dificultado.

Então, meu conselho: junte mais dinheiro e aceite pagar mais caro por uma escola que tem bons reviews. Não se importe tanto com os comentários "tem muito brasileiro", porque... Honestamente? Quase todas têm. A frase mais conhecida aqui em Dublin é "tem um Brasil na Irlanda". Dá pra sacar o por quê, né?

Níveis: Pre-Intermediate e Intermediate
Aqui, você já começa a ter um melhor entendimento do inglês, talvez ainda não saiba muito formar frases, mas se alguém te perguntar se você é um potencial terrorista na imigração você não vai dizer sim só pq é a única palavra que conhece. Então, se questione: você vai ter dedicação pra evoluir sozinho? Tem determinação pra reservar tempo pra estudar em casa, assistir filmes/séries em inglês, sair pra lugares onde você pode conhecer nativos do inglês e conversar com eles? Seja sincero consigo mesmo. Se a sua resposta é sim, você pode considerar uma escola budget. Mas tenha consciência que 90% da sua evolução vai depender de você mesmo.

Se você sabe que não é assim que a banda toca com você e vai precisar de uma forcinha da escola pra melhorar, arrisque-se em uma Smart. Você só precisa ir pra Premium se o estudo for realmente a coisa mais importante desse intercâmbio, e você quiser terminar os 6 meses de curso praticamente fluente. Caso contrário, uma Smart e muita força de vontade te ajudarão a subir de patamar.

Níveis: Upper-Intermediate e Advanced
Parabéns, amigão, aqui você tem total liberdade pra escolher o que é mais importante pra você mesmo. Se quer se arriscar numa escola barata, o problema é todo seu. Você pode dar sorte, como eu, de encontrar um dos poucos bons professores da pocilga. Ou ele nem ser tão bom, mas isso não fazer muita diferença já que o que mais temos nesses níveis é conversação. O único azar que você corre (como eu) é de a) o professor ser tão bom pra escola que em algum momento ele sai pra ir pra uma melhor; ou b) você passar de nível e não ter professor.


Depois de considerar esses fatores, você está pronto para reduzir sua lista de opções de escola. Pense bastante no dinheiro que você está gastando, porque ninguém descobriu ainda como faz pra multiplicar. Mesmo que doa no coração pagar mais caro, tenha certeza da escolha que você fez pra não se arrepender depois. Escolas baratinhas podem ser uma dor de cabeça, especialmente se você está vindo sem agência, mas se você só tá precisando mesmo fugir proutro lugar, baby, elas talvez sejam sua passagem pra ser ryco nazoropa. Só não vale ficar xingando o lugar depois. Você já veio sabendo dos problemas, né?

Quanto eu gastei?
Como não tenho como passar um valor certo pra vocês, vou dizer mais ou menos quanto custou meu intercâmbio: na época, com o euro a R$3,17, fechei meu curso (budget) por 1.500 euros - o que saiu a R$5.007, incluindo 25 semanas de curso + 25 semanas de férias + 2 semanas em hostel + seguro governamental. Hoje, pelo que eu vi, esse mesmo curso tá por volta de R$7mil.

Espero que tenha ajudado! Quaisquer dúvidas que vocês tiverem, só usar esse espacinho aqui embaixo que vocês se esquecem que existe pra elogiar a matéria também porque tão com muita preguiça.

No próximo post da saga, continuaremos falando de dim dim, mesmo que dinheiro não seja tudo. Mas ele é bem uns 90%, né? hahaha Então, vou responder a segunda pergunta que mais pipoca nos grupos de Dublin: quanto custa morar na Irlanda? Pra você já começar a pedir dinheiro pra família em toda oportunidade que tiver.

Beijo, galerô. Até a próxima <3

Obs.: Caros, leitores, fiquei tão empolgada de estar voltando que esqueci de falar: OLHA O NOVO LAYOUT DO BLOG, GENTEMMM! haha Passei o final de semana inteiro fazendo ele do zero porque precisava dar uma animada pra voltar aqui e ele ficou tão lindinho :') Bem do jeito que eu queria! E vocês, gostaram?

18/08/2015

A volta dos que não foram: retomando o blog

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Nossa, gente, nem sei descrever a vergonha que é estar há quase três meses sem postar aqui. E não é por falta de criatividade. Afinal, criei o blog para falar do intercâmbio e, agora que tô aqui, cheia de coisa pra falar, não escrevo mais? Shame on me. O pior é que estou cheia de ideias e tenho taaanta, mas taaaanta coisa pra contar que vou precisar anotar tudo num papelzinho para não me perder (porque eu sou das antigas e essas coisas eu ainda escrevo no papel mesmo haha).

Fiquei pensando em vir com um post pronto sobre um tema específico, já como forma de pedir desculpas, mas faz tanto tempo já desde que apareci por aqui que nem sei se ainda sobrou algum leitor pra acompanhar (tem alguém aaaaí? Comenta no post se simm <3). Por isso, resolvi fazer um resumão de como tem sido tudo desde que pisei em solo irlandês, falar da vinda e o por quê do meu sumiço. Aos poucos, vou fazendo post detalhado pra vocês saberem mais tudo que tenho conhecido por aqui!

Então, vamos lá?


28/05 - RJ: Com as malas prontas e a surpreendente felicidade de saber que elas só pesavam 20kg cada (eu podia viajar com até 32kg por mala, e tava doidinha achando que não ia dar haha), eu finalmente segui para o aeroporto com a família. Meu vôo tava marcado pra umas 18h45 no Rio e eu seguiria pra Madrid, ficaria lá umas 10h, e só depois viajava pra Dublin. Antes de embarcar, foi aquele chororô, óbvio! Ainda mais na hora de se despedir da mãe e do namorado. Cê fica com o coração na mão, se perguntando: "eu vou mesmo?" Mas depois que você consegue se separar é uma correria de colocar mochila na esteira, tirar sapato, passar nos detectores de metal e tudo mais, que eu só tive tempo pra pensar de novo no avião. Minha prima e eu pegamos uma super turbulência (eu sou apavorada com voar, gente, então imaginem meu desespero) e com o medo que fiquei, acabei descarregando todo o meu nervosismo, ansiedade e saudade ali mesmo. Chorei até não poder mais hahaha

29/05 - Madrid: Foram umas 10h de viagem até a Espanha pela Iberia e não tive nada a reclamar. Recebemos uma janta bem gostosa, com opção de massa ou frango, e o café da manhã era bem gostosinho também. Tinha TV com filmes, séries, música, jogo. Bastante coisa mesmo. Tirando meu medo de viagem e as turbulências pelo caminho, foi ótimo haha Com o fuso horário de +5 horas chegamos de manhã já, quase 9h. Andamos taaaanto lá meio perdidas, que quando conseguimos achar uma Starbucks e sentamos, nos revezamos pra dar uma dormida no sofá. Uma coisa que odiei no aeroporto foi o fato de o WiFi só ser de graça por meia hora. E o pior é que no meu celular não entrava a página do cadastro, então fiquei sem internet até a hora do vôo, que só foi 18h30. Ainda bem que, por um milagre divino, meu Vivo resolveu funcionar lá, mesmo sem eu ter ativado, e eu consegui não só mandar mensagem pra mamis, como ela também carregou com crédito pra eu ligar. Faltava uma meia hora pra entrar na nave de novo quando eu consegui uma treta nas configurações e achei o site que direcionava pra internet. Aí fui correndo falar com todo mundo, mandar mensagem pro namorado e pros amigos, e logo chegou a hora de mais uma viagem.

Chegando em Dublin <3


29/05 - Dublin: O vôo de Madrid pra Irlanda é bem curto e dura umas 2h30. Como em Dublin o fuso horário é só +4 horas de diferença do Brasil chegamos 20h lá. Mas o tempo que a gente gasta esperando na imigração é de doer. Depois eu faço um post detalhado sobre isso. Eu fiquei bem nervosa, mas não precisava. Eu tinha todas as respostas, consegui me comunicar muito bem e passamos tranquilamente. Nossas malas vieram direitinho e só precisamos esperar o transfer. Lá na fila, encontramos várias pessoas vindo pela mesma agência e que iam junto com a gente pro hostel. Ficamos no Egali Hostel e depois faço um review pra vocês aqui :)

Desde que cheguei, os dias têm voado com uma rapidez absurda. No começo, foi uma confusão de adaptação, perdi todos os meus hábitos de rotina que tinha no Brasil e até agora tô tentando me adaptar a algumas coisas novamente. Esse foi um dos principais motivos pelo meu sumiço. Não tinha mais o hábito de sentar e escrever, não tinha mais meu quarto, meu cantinho, minha mesinha de computador. Eu precisava me condicionar às novas rotinas, mas como estava em hostel, deixei pra fazer isso quando tivesse casa. Quando consegui uma casa, veio o problema da falta de WiFi e do meu celular não rotear. Aí quando consegui uma operadora, tava insatisfeita com a casa e na procura de uma nova acomodação. Quando vi, puft! O tempo voou.

Às vezes, parece que estamos aqui há anos, porque vivenciamos e sentimos bastante coisa (e não foi 1/3 do que ainda temos pra experienciar!). Por outro lado, os dias correm, e os 2 primeiros meses do meu intercâmbio já passaram. Que loucura, gente! Tô há mais de 70 dias fora de casa. Sinto uma falta absurda do meu namorado e da minha família, mas confesso que ainda não tô naquela fase de querer voltar. Dublin é uma cidade que você ama ou odeia, e eu tive a felicidade de amá-la de primeira. Eu sei que não é um país perfeito, não é a imagem da ~Europa maravilhosa~ que sempre colocam na nossa cabeça. Provalmente outros países do velho continente tem mais essa pegada, especialmente os mais ricos como Alemanha e Inglaterra, mas na Irlanda tem violência, tem lotação, tem trânsito, tem dificuldade pra achar trabalho, tem gente querendo te passar a perna, tem tudo isso simmm! Mas também tem história, tem arquiteturas bafônicas e paisagens de tirar o fôlego, tem uma mistura cultural absurda com gente de todo o canto visitando ou morando aqui e outras coisas incríveis que vocês vão conhecer aos poucos nos próximos meses pelo blog.

Eu espero conseguir passar com fidelidade tudo o que vejo e penso daqui, porque uma das coisas que aprendi com esse tempo é que você precisa conhecer bem o lugar pra onde está indo. Como eu pesquisei sobre Dublin até cansar, cheguei aqui ciente de tudo o que encontraria. Vim com a expectativa de estar indo pra um país que era minha passagem pra conhecer a Europa, e acabei me deparando com um lugar cheio de história e cultura pra me receber.

E, logo logo, vocês também vão estar vivenciando isso através do blog. Ebaaa /o/
Mas enquanto esses posts não chegam, que tal um pouco de Dublin pra vocês?

Spire of Dublin é um monumento em forma de agulha com 120 metros de altura que fica na rua principal da cidade.

O rio Liffey divide a cidade em norte e sul e o vento ali é de matar às vezes haha

Tão vendo aquelas gaivotas fofas atrás de mim? Elas atacam turistas, roubam comida quando você não tá vendo e já roubaram até câmera hahaha Cuidado!

A Trinity College é uma faculdade enorme que tem aqui. Linda linda, também tem áreas abertas onde você pode ir e pegar um solzinho na grama enquanto bebe uma cerveja do pub que você encontra lá de dentro!

A Grafton Street é a minha queridinha: um dos metros quadrados comerciais mais caros da Europa, é uma rua com váááárias lojas pra você chorar porque não tem dinheiro enquanto baba baby. Também é palco de vários artistas de rua sensacionais (outros nem tanto) e principal locação do meu futuro livro <3 <3 <3

Outra paixão minha é o St. Stephen's Green. Um parque lindo demais, grande, arborizado, onde você pode sentar e ler um livro, ir se exercitar ou só dar uma passeada. Amor puro!




Essas foram as fotos que tirei no meu primeiríssimo dia em Dublin. São os pontos principais aqui do centro. Tudo bem pertinho!

Vou começar a planejar os posts pra publicar, mas se vocês tiverem alguma dúvida ou pedido, algo que gostariam de conhecer ou entender melhor, é só mandar aqui nos comentários, por mensagem no Facebook do blog ou por e-mail: claraalvesg@altaexposicao.com.

See you later, guys xx

16/05/2015

Intercâmbio: preciso comprar um seguro particular?

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Sim \o/ Finalmente estamos de volta com as dicas do intercâmbio. Sei que dei uma parada legal, mas não foi por falta de assunto. Tenho muita coisa a dizer a vocês, mas se fizesse antes seria só reprodução do que já li na internet e não é isso que eu quero, claro! Quero poder dar minha visão das coisas, então esperei.


Esse mês fechei minha assistência viagem - também conhecido entre os intercambistas como seguro de saúde particular, seguro viagem ou simplesmente seguro particular. Por que tantos nomes? E qual é o objetivo de comprá-lo?

Quando fechamos um pacote para a Irlanda, somos obrigados a pagar pelo seguro governamental. Ao contrário do Brasil, a saúde pública lá é paga e isso nos custa por volta de €150 pra ficar um ano. Só que tem um detalhe né: você não vai precisar pagar até um certo valor, mas alguns exames, cirurgias, entre outras coisas, sairão do seu bolsinho querido de intercambista (que já é pobre normalmente) e pode ser um rombo na sua viagem.

É aí que entra sua assistência viagem.


A assistência serve como uma espécie de plano de saúde - se você passa mal, quebra a perna, sente dor de sente, qualquer coisa, você liga pra seguradora, diz o que está sentindo, vai no médico que eles indicarem (isso quando o médico não vai em casa) e tchadã: a assistência vai cobrir.

Claro que isso vai depender de qual é a cobertura do seu plano, mas no geral essa é uma das principais funções da assistência e por isso é chamada de seguro saúde.

Porééém, a assistência vai muito além disso! O objetivo dela é te auxiliar durante vários momentos da sua viagem. Dependendo da cobertura do seu plano, você tem direito a assistência farmacêutica, translado de familiar caso você fique doente e alguém precise ir até você, pagamento de fiança caso você seja preso e até e principalmente translado de corpo (é mórbido falar disso, eu sei, mas como basta estar vivo pra morrer temos que pensar nessa hipótese também).


Mas eu PRECISO do seguro particular?

Não. Pra entrar na Irlanda, você só precisa do seguro governamental. Se a grana ta curta e você não tem como bancar, não é obrigatório. Mas será que vale a pena arriscar?

Além disso, para visitar os países que fazem parte do Tratado de Schengen com o Brasil, é exigido que você apresente um seguro que cubra no mínimo €30.000. Honestamente falando, nenhuma das pessoas com quem conversei precisaram apresentar - mas será que vale a pena arriscar? (2)

Se você chegou até aqui e decidiu: "quero comprar um plano do seguro!" você vai precisar partir pro plano da pesquisa.

As duas seguradoras mais utilizadas pelos intercambistas é o GTA e a Assist-Card (o meu é da Assist). Também ouvi falar muito bem da Porto Seguro. Claro que existe uma infinidade de outras, mas o que eu aconselho é: vá no site da Real Seguro Viagem. Eles não são seguradora, mas trabalham com várias e comparam o melhor preço pra você. De todos os lugares que pesquisei (inclusive no site das seguradoras com que a RSV trabalha) lá foi onde achei o mais barato. No entanto, o mais vantajoso pra mim foi com a minha agência mesmo.

Outra dica é: caso você compre a passagem no cartão de crédito, verifique com o seu banco se ele oferece a opção do seguro. Muitas dão essa possibilidade, que eu acabei não vendo então não posso dar minha opinião pra vocês :(


Não se esqueça sempre de conferir a cobertura e lembre-se que com saúde não se brinca. Mas prepare o bolso, caso resolva fechar o seguro por um ano, ele vai sair no mínimo R$2.000. Você tem a opção, pra baratear, de fechar menos tempo e lá renovar. Você só não pode deixar pra comprar lá porque... Você não vai poder. Só pro caso de querer pra outros países (aí ele não vale pra Irlanda).

É isso, people, mas antes de ir queria pedir mil desculpas por ter abandonado o blog. Dessa vez não ta sendo por preguiça como das outras. Eu tenho uma mania péssima de, ao entrar em um projeto, me empolgar com ele é abandonar outros. E agora estou num projeto muito legal que tem me deixado muito feliz <3 (além do intercâmbio, claro). Logo mais eu venho apresentá-lo a vocês!!

Beijo no core e faltam 12 dias!!! <3

22/03/2015

Por que eu escolhi a Irlanda?

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FOTO DE TOURISM IRELAND
Venho tentado todos os sábados falar um pouco sobre o meu intercâmbio, dando dicas a quem pretende estudar fora também e já está se planejando. Mas se esse não é o seu caso e você nem começou a cogitar pra onde seguir ainda, que tal uma ajudinha?

O COMEÇO
Como já comentei aqui antes, sempre quis estudar fora. Quando a viagem enfim saiu dos meus sonhos e minha mãe me disse para pesquisar os preços e passar pra ela, a primeira coisa que me perguntei foi, obviamente: pra onde eu vou?

Mesmo com namorado, família, amigos e faculdade, uma das minhas maiores certezas é que se fosse pra ir embora não seriam por míseros meses. Eu queria de um semestre a um ano, e como a minha mãe não é rica, a melhor opção seria: 1) um lugar não muito caro, 2) onde eu pudesse trabalhar.


08/03/2015

Visto irlandês – as vantagens do intercâmbio em Dublin

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Sempre que eu falo pra alguém que vou fazer intercâmbio, uma das coisas que mais me perguntam é sobre o visto e se é difícil tirar. Muitas dessas pessoas têm como referência o processo americano, que é demorado, tem várias exigências e, mesmo que você cumpra todas, ainda corre o risco de ter sua entrada no país negada – o que, pra quem já tem tudo fechado com a agência, pode resultar em tempo e dinheiro perdidos. Mas não é bem assim que funciona na Irlanda. (Eu ouvi um amém?!)