Até eu começar as pesquisas do intercâmbio, a minha resposta para essa pergunta era: absolutamente nada. Minha paixão sempre foi o país vizinho, com seu inglês charmoso e seus monumentos incríveis, famosos no mundo inteiro. Cheguei na Irlanda com as expectativas baixas, não esperando muita coisa de lá, não. Até que eu comecei a viver na Ilha Esmeralda e eu descobri o quão rica de história e cultura ela é!
Mesmo se encontrando no velho continente, a Irlanda é relativamente nova quando comparada aos países vizinhos. A primeira ocupação humana se deu há 10.000 anos atrás e os primeiros agricultores só chegaram lá por volta de 4.000 a.C. Mas foi só em 300 a.C. que chegaram à ilha aqueles que tiveram uma das maiores influências sobre o que ela é hoje: os celtas! Inclusive, a primeira língua oficial da Irlanda não é o inglês, como muitos pensam, mas o gaélico - derivado da língua celta.
Foi só em meados do século V, depois da chegada de Saint Patrick, que o cristianismo virou a religião predominante na Irlanda - e permanece até hoje. Da época, podemos encontrar na famosa Trinity College o Book of Kells. O manuscrito ilustrado foi feitos por monges celtas por volta de 800 d.C. e era a peça principal do cristianismo irlandês.
Trinity College, onde encontramos o Book of Kells |
Outra forte influência à cultura foram os Vikings. A invasão deles à ilha esmeralda, que começou no final do século VIII e terminou em 1014, com sua derrota pelo Grande Rei da Irlanda, Brian Boru, resultou na fundação de Dublin (988 d.C.), atual capital da Irlanda. Hoje, quem visita a cidade pode dar uma passada na Dublinia, um museu interativo que tem o foco na Era Medieval e na invasão viking.
Dublinia |
Em seguida, a Irlanda foi o destino dos normandos, que construíram cidades, castelos, igrejas e ainda aumentaram o comércio e agricultura na Irlanda.
Pensa que acabou? Pois fique pensando! A Irlanda é mesmo bem parecida com o Brasil em muitos aspectos - especialmente na influência de variadas culturas. A mais importante, no entanto, para a história irlandesa, foi a britânica.
Em 1541, o Rei Henrique VIII (que havia decretado em 1534 que o rei é chefe supremo da Igreja da Inglaterra, e rompido com a igreja católica) levou o Parlamento Irlandês a declará-lo Rei da Irlanda. Com a criação de uma política inglesa oficial de plantação, até o final do século XVII, centenas de colonos protestantes ingleses e escoceses chegaram à região e deram início a um período de conflito religioso sangrento.
Tá vendo ali no final? É a catedral de St. Patrick's. Católica? Nada! Anglicana. |
Esse século foi marcado pela imposição de um rígido regime de leis penais, que depois foram até aliviadas, mas deixou os católicos com apenas 5% das terras irlandesas.
Em 1782, conseguiu-se a negociação de uma relação comercial mais favorável com a Inglaterra e maior independência legislativa para o Parlamento Irlandês. No entanto, o controle inglês ainda era muito grande, levando ao surgimento da United Irishmen, que queria reduzir o poder da Bretanha na Irlanda. Ela foi a inspiração da rebelião armada de 1798, que falhou e resultou na aprovação da Act of Union, lei que uniu politicamente os dois países.
Tá gostando da história? Então, continua acompanhando, porque no próximo post vou falar um pouco mais sobre a influência inglesa na Irlanda e contar dos museus e passeios incríveis que fiz pela história desse país que já virou meu segundo lar <3
Esse post é uma adaptação do texto Uma breve história da Irlanda, do site Living in Ireland.
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