10/02/2016

Seca literária + Colleen Houck - A maldição do tigre

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A maldição do tigre
Colleen Houck
Editora Arqueiro, 2011
352 páginas


Kelsey Hayes perdeu os pais recentemente e precisa arranjar um emprego para custear a faculdade. Contratada por um circo, ela é arrebatada pela principal atração: um lindo tigre branco. Kelsey sente uma forte conexão com o misterioso animal de olhos azuis e, tocada por sua solidão, passa a maior parte do seu tempo livre ao lado dele. O que a jovem órfã ainda não sabe é que seu tigre Ren é na verdade Alagan Dhiren Rajaram, um príncipe indiano que foi amaldiçoado por um mago há mais de 300 anos, e que ela pode ser a única pessoa capaz de ajudá-lo a quebrar esse feitiço.

Determinada a devolver a Ren sua humanidade, Kelsey embarca em uma perigosa jornada pela Índia, onde enfrenta forças sombrias, criaturas imortais e mundos místicos, tentando decifrar uma antiga profecia. Ao mesmo tempo, se apaixona perdidamente tanto pelo tigre quanto pelo homem.

Faz tempo, eu ando numa seca literária danada, me dá até tristeza. Lá na Irlanda eu só li mesmo Divergente e comecei Maze runner, mas não consegui continuar. Quando cheguei ao Brasil, organizei minhas prateleiras de livros e fiquei chocada com a dos não-lidos.

Minha coleção linda <3

Estante dos não-lidos :O


Pra tentar voltar aos trabalhos, escolhi A maldição do tigre e não poderia ter pego livro melhor!

Kelsey Hayes é uma jovem solitária, que perdeu os pais num acidente e, desde então, construiu um muro entre ela e o mundo - até mesmo no que se tratava a sua família adotiva. Quando ela precisa arrumar um trabalho de verão para ajudar a pagar a faculdade e acaba indo parar em circo, Kelsey conhece o tigre Dhiren, que a encanta profundamente. Mas ela vai descobrir que seu Ren, na verdade, é um príncipe indiano que foi amaldiçoado há 300 anos a viver nesse corpo e, por ele, A jovem de Oregon entrará numa jornada para quebrar essa maldição.

O mais legal de A maldição do tigre é a parte cultural. Colleen Houck realmente foi atrás da mitologia da Índia e nos faz conhecer um pouco da história dos deuses, castas, comida e outras coisas muito interessantes do país! Eu amo ler cada cena que envolve Durga, a deusa de oito braços, com seu tigre de estimação, ou quando Kelsey descreve os pratos de lá, por exemplo. Eu conhecia pouco da Índia, tirando o que vemos em jornais, e tem sido muito legal poder entrar numa nova cultura. A maioria dos livros que lemos hoje não sai do padrão americano, brasileiro ou britânico - que já conhecemos bem - levando o foco mais ao desenvolvimento do que ao plano de fundo do enredo, ao contrário de A maldição do tigre.



Uma coisa em que a autora peca, porém, é na descrição dos pontos altos do livro. Acho que Colleen fica tão preocupada em mostrar a história e descrever a cultura, que nas cenas de clímax, quando estão prestes a decifrar algo que a profecia do tigre quis dizer, ou quando estão para descobrir a entrada do templo secreto que procuram, por exemplo, ela deixa um pouco a desejar. Tudo acontece muito rápido e muito fácil. Não há um suspense, uma falha... Algo para deixar o leitor entretido e louco de vontade de devorar o restante.

Além disso, da metade do livro para o final há um foco muito grande no romance, o que torna a leitura mais lenta. Não que ele seja ruim, mas muitas vezes Houck quebra a fluidez do enredo com divagações bobas da protagonista e torna a história um pouco mais juvenil do que eu gostaria.

Ainda assim, terminei a obra com uma sensação boa de ter conhecido uma grande escritora em potencial e estou ansiosa para começar a continuação, O resgate do tigre! Kelsey e Ren realmente me cativaram <3

Submarino | Saraiva | Cultura | Travessa | Americanas

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